Tribunal de Contas voltou presidido interinamente por Marianna
Willemann, a única dos 7 titulares que não foi citada por delações.
Do topo, da esquerda para a direita:
Domingos Brazão, Aloysio Neves, Marco Antônio Alencar, José Maurício Nolasco e
José Gomes Graciosa (Foto: TCE-RJ)
O Tribunal de
Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) terá até 60 dias para julgar as contas de 2016
do governador, Luiz Fernando Pezão, e do vice, Francisco Dornelles. Nesta
terça-feira (4), a conselheira Marianna Montebello Willemann, que exerce
interinamente a direção do órgão após a prisão do presidente e de
outros quatro conselheiros, anunciou que as contas foram
protocoladas no órgão na segunda-feira (3).
Uma equipe de
técnicos do tribunal analisa as contas, envia o relatório para o Ministério
Público, que dá um parecer e retorna para que a diretora interina do TCE,
Mariana, analise, relate e leve ao plenário até meados de junho.
O ministro
substituto do Tribunal de Contas da União (TCU), Marcos BemQuerer, disse que a
utilização de conselheiros substitutos, como aconteceu nas sessões plenárias
desta terça, mostra que é preciso mudar o sistema de escolha e indicação dos
conselheiros. BemQuerer é presidente da Associação Nacional dos Ministros e
Conselheiros Substitutos. Quatro dos sete conselheiros são indicados pela
Assembleia Legislativa (Alerj), e outros três pelo governador (um do Ministério
Público, uma indicação livre e outro auditor que funciona como conselheiro
substituto):
"O que
aconteceu recentemente aqui no tribunal mostra que o sistema de indicação
precisa ser modificado, para que entrem aqueles que são concursados",
disse ele, ao final da sessão plenária.
A primeira
sessão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) após a prisão de cinco
conselheiros do órgão na semana passada começou pouco depois das 11h desta
terça.
Para viabilizar
a volta das sessões, Montebello convocou os substitutos Marcelo Verdini Maia e
Andrea Siqueira Martins. O auditor substituto Rodrigo Melo do Nascinento já
vinha participando das sessões há cerca de três meses, desde a licença do então
presidente Jonas Lopes. Com quatro conselheiros, o TCE-RJ atinge o quórum
mínimo previsto no Regimento Interno.
Também nesta
terça, foi publicada a decisão que promove as mudanças no quadro de
conselheiros. No Diário Oficial, o procurador do Tribunal de Contas, Leonardo
Fiad, definiu a situação como "inusitada". "E se não houver
previsão razoável de retorno dos conselheiros ao exercício das suas funções?
Como fazer para que o TCE-RJ mantenha o seu funcionamento?"
A prisão do
quinteto foi estendida até sexta (7).
Em outro
trecho, Fiad reconhece que a situação é "exepcional sob qualquer prisma
que se queira enxergá-la" e reconhece que novas mudanças no regimento
podem ser necessárias, caso a volta dos conselheiros "não seja
regularizada em breve".
"Um órgão
da estatura do TCE-RJ não pode ficar acéfalo", conclui Fiad.
Prisão de conselheiros
Cinco dos sete
conselheiros do TCE tiveram a prorrogação da prisão provisória pedida pelo STJ.
Domingos
Brasão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar, José Nolasco e Aluísio Gama
estão na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário
de Gericinó, em Bangu. Já Aloysio Neves está em prisão domiciliar, de acordo
com decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As informações são da
Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Eles são
acusados de receber propina para fazer vistas grossas em obras e contratos de
empreiteiras com o governo estadual.
A prorrogação
da prisão foi pedida pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de
Andrada, que está à frente do caso. O prazo da primeira prisão temporária
terminaria neste domingo (2).
As prisões
temporárias foram pedidas com base nas delações do ex-presidente do TCE Jonas
Lopes de Carvalho Filho, que já estava afastado desde o ano passado, e de seu
filho, o advogado Jonas Lopes de Carvalho Neto. As delações foram homologadas
recentemente pelo ministro Fischer. Os dois estão soltos.
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